Marcos Galinari

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domingo, 19 de junho de 2011

De São Caetano para a TV africana

De São Caetano
para a TV africana
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC


A vida das pessoas que dependem do lixo é pedreira. São dias e mais dias percorrendo ruas atrás de material que possa ser vendido e que lhe renda dinheiro possível para sobreviver. Parte do drama dos carrinheiros é mostrada no documentário As Cores do Lixo.

O projeto, do diretor Marcos Galinari e da produtora Simone Affonso, da Blá Filmes, de São Caetano, acompanha um dia inteiro das movimentações dessas pessoas e o comércio dos itens que jogamos fora.

Amanhã, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, o filme deixa o Grande ABC para ser exibido na programação televisiva de Moçambique, na África. "Costumamos trocar ideias com países de língua portuguesa e surgiu o convite.

Descobriram o filme no link de um blog e lhes chamou a atenção. Tudo foi feito pela internet", explica Galinari, que não sabe grandes detalhes sobre a sessão especial deste fim de semana para os africanos. "Isso é muito interessante. Quando finalizamos um trabalho e o colocamos na rede, queremos que o maior número de pessoas assista. Não busco ter controle sobre isso."

O curta-metragem tem cerca de 26 minutos de duração. Filmada em São Caetano, a obra acompanha de perto as ações que diversos carrinheiros têm durante apenas um dia de trabalho. É possível observar sua correria ao trazer o material encontrado nas ruas e a negociação com o dono de um estabelecimento que chega a pagar R$ 0,05 por uma garrafa de vidro ou R$ 0,17 por quilo de papelão.

As filmagens começaram há três anos. Após a primeira etapa, o cineasta retornou ao local no fim do ano passado para analisar o que havia ocorrido com as pessoas que tinha conhecido tempos atrás.

A ideia era de que a câmera influenciasse o mínimo o cotidiano de todos os personagens do documentário. "Procurava me manter afastado, mas tinha vezes que eles me puxavam para dentro do seu universo e explicavam o que estavam fazendo. O que se pode notar é a sensibilidade e o orgulho que eles têm pela sua profissão."

O inusitado convite para a exibição em Moçambique surgiu após os responsáveis perceberem que as realidades entre os países não são tão diferentes. "Viram algumas semelhanças e referências com o que ocorre lá. Isso porque estamos em São Caetano", diz Galinari. "São mundos bem distintos, mas você entende que lixo é lixo em qualquer lugar do mundo."

Apesar de ter sido curto, o convívio com esses trabalhadores trouxe à tona questões sociais que acompanhamos de apenas um ponto de vista. A proximidade com o outro lado da moeda permitiu ao diretor aprender mais sobre confiança entre as pessoas. "Somos carregados de preconceitos e sempre ficamos com um pé atrás quando vemos esses carrinheiros. Mas eles também estudam as pessoas e suas reações."

O bom material conseguido com as filmagens deixa em aberto uma nova etapa para As Cores do Lixo. Considerado um trabalho despretensioso, o filme não busca levantar uma bandeira em relação a esses catadores.

O objetivo é apenas acompanhar suas vidas. "Acho que o trabalho não tem fim. Não tenho pretensão de fechar essa história. Pode ser que retorne ao local daqui a três anos", ressalta Galinari. Venha "curtir" nossa fanpage! Fique por dentro dos bastidores e de tudo o que está rolando em nossas produções. http://www.facebook.com/blafilms

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